quarta-feira, 9 de julho de 2008
A Lamparina
Algumas de minhas irmãs trabalham na Austrália.
Numa reserva, entre os aborígines, havia um homem bastante velho. Posso
assegurar-lhes que vocês nunca viram uma situação de pobreza tão
alarmante como a desse pobre ancião. Todos o ignoravam. Seu lar era
desarrumado e sujo.
- Por favor, disse-lhe eu certa vez, deixe-me limpar sua casa, lavar
suas roupas e fazer sua cama.
- Estou bem assim, respondeu ele, não se preocupe.
- Pois ficará ainda melhor, insisti, se permitir que eu faça isso.
Ele concordou finalmente. Pude, portanto, limpar sua casa e lavar as
suas roupas.
Encontrei no meio da bagunça uma lamparina inteiramente coberta de
poeira. Só Deus sabe o tempo transcorrido desde que o homem a acendera
pela última vez.
- O senhor não acende a sua lamparina? - perguntei-lhe. Não costuma
usá-la?
- Não, respondeu ele, não recebo a visita de ninguém. Não preciso de
luz. Para quem deveria acendê-la?
- O senhor a acenderia todas as noites se as irmãs passassem a
visita-lo?
- Naturalmente! respondeu ele.
Desse dia em diante, as irmãs combinaram entre si, visitar o pobre
ancião todas as noites.
Dois anos se passaram.
Eu tinha esquecido completamente esse homem, quando ele enviou esta
mensagem:
"Contem à minha amiga, que a luz que ela acendeu em minha vida continua
brilhando."
Madre Tereza de Calcutá
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