quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Perceba o que você tem!

O dono de um pequeno comércio, amigo do grande poeta Olavo Bilac,
abordou-o na rua:

- Sr. Bilac, estou precisando vender o meu sítio, que o Senhor tão bem conhece.

Poderia redigir o anúncio para o jornal?

Olavo Bilac apanhou o papel e escreveu:

"Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer
no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeiro. A casa banhada pelo sol nascente oferece a sombra tranqüila das tardes, na varanda".

Meses depois, topa o poeta com o homem e pergunta-lhe se havia vendido o sítio.

- Nem pense mais nisso, disse o homem. Quando li o anúncio é que percebi a
maravilha que tinha.

Moral da história:

Às vezes, não descobrimos as coisas boas que temos e vamos longe, atrás
da miragem de falsos tesouros

domingo, 24 de agosto de 2008

O Idiota


Conta-se que numa cidade do interior um grupo de pessoas se divertia
com o idiota da aldeia. Um pobre coitado, de pouca inteligência, vivia
de pequenos biscates e esmolas.

Diariamente eles chamavam o idiota ao bar onde se reuniam e ofereciam a
ele a escolha entre duas moedas: uma grande de 400 RÉIS e outra menor de
2.000 RÉIS. Ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era
motivo de risos para todos.

Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não
havia percebido que a moeda maior valia menos.

'-Eu sei', respondeu o tolo. 'Ela vale cinco vezes menos, mas no dia que
eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar minha
moeda'.

Pode-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa.

A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.

A segunda: Quais eram os verdadeiros idiotas da história?

A terceira: Se você for ganancioso, acaba estragando sua fonte de renda.

Mas a conclusão mais interessante é: A percepção de que podemos estar
bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito.

Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, quem
realmente somos.

O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um
idiota que banca o inteligente.

Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação. Porque
sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam
de você. E o que os outros pensam... é problema deles.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

As duas pulgas


Muitas empresas caíram e caem na armadilha das mudanças drásticas de
coisas que não precisam de alteração, apenas aprimoramento. O que lembra
a história de duas pulgas.

Duas pulgas estavam conversando e então uma comentou com a Outra:

-- Sabe qual é o nosso problema? Nós não voamos, só sabemos saltar.
Daí nossa chance de sobrevivência quando somos percebidas pelo cachorro
é zero. por isso que existem muito mais moscas do que pulgas.

E elas contrataram uma mosca como consultora, entraram num programa de
reengenharia de vôo e saíram voando. Passado algum tempo, a primeira
pulga falou para a outra:

-- Quer saber? Voar não é o suficiente, porque ficamos grudadas ao corpo
do cachorro e nosso tempo de reação é bem menor do que a velocidade
da coçada dele. Temos de aprender a fazer como as abelhas, que sugam o
néctar e levantam vôo rapidamente.

E elas contrataram o serviço de consultoria de uma abelha, que lhes
ensinou a técnica do chega-suga-voa. Funcionou, mas não resolveu. A
primeira pulga explicou por quê:

-- Nossa bolsa para armazenar sangue é pequena, por isso temos de ficar
muito tempo sugando. Escapar, a gente até escapa, mas não estamos nos
alimentando direito. Temos de aprender como os pernilongos fazem para
se alimentar com aquela rapidez.

E um pernilongo lhes prestou uma consultoria para incrementar o tamanho do
abdômen. Resolvido, mas por poucos minutos. Como tinham ficado maiores,
a aproximação delas era facilmente percebida pelo cachorro, e elas eram
espantadas antes mesmo de pousar. Foi aí que encontraram uma saltitante
pulguinha:

-- Ué, vocês estão enormes! Fizeram plástica?

-- Não, reengenharia. Agora somos pulgas adaptadas aos desafios do século
XXI. Voamos, picamos e podemos armazenar mais alimento.

-- E por que é que estão com cara de famintas?

-- Isso é temporário. Já estamos fazendo consultoria com um morcego,
que vai nos ensinar a técnica do radar. E você?

-- Ah, eu vou bem, obrigada. Forte e sadia.

Era verdade. A pulguinha estava viçosa e bem alimentada. Mas as pulgonas
não quiseram dar a pata a torcer:

-- Mas você não está preocupada com o futuro? Não pensou em uma
reengenharia?

-- Quem disse que não? Contratei uma lesma como consultora.

-- O que as lesmas têm a ver com pulgas?

-- Tudo. Eu tinha o mesmo problema que vocês duas. Mas, em vez de dizer
para a lesma o que eu queria, deixei que ela avaliasse a situação e
me sugerisse a melhor solução. E ela passou três dias ali, quietinha,
só observando o cachorro e então ela me deu o diagnóstico.

-- E o que a lesma sugeriu fazer?

-- "Não mude nada. Apenas sente no cocuruto do cachorro. o único lugar
que a pata dele não alcança".

MORAL: Você não precisa de uma reengenharia radical para ser mais
eficiente. Muitas vezes, a GRANDE MUDANÇA é uma simples questão de
reposicionamento.