Criatividade e acabativa
Isto é um teste de
personalidade que poderá alterar a sua vida. Portanto, preste muita atenção.
Iniciativa é a
capacidade que todos nós temos de criar, iniciar projetos e conceber novas ideias.
Algumas pessoas têm muita iniciativa e outras têm pouca.
Acabativa é um
neologismo que significa a capacidade que algumas pessoas possuem de terminar
aquilo que iniciaram ou concluir o que outros começaram. É a capacidade de
colocar em prática uma ideia e levá-la até o fim.
Os seres humanos podem ser
divididos em três grupos, dependendo do grau de iniciativa e acabativa de cada
um: os empreendedores, os iniciativos e os acabativos - sem contar os
burocratas.
- Empreendedores são
aqueles que têm iniciativa e acabativa. Um seleto grupo que não se contenta em
ficar na ideia e vai a campo implantá-la.
- Iniciativos são
criativos, têm mil ideias, mas abominam a rotina necessária para colocá-las em
prática. São filósofos, cientistas, professores, intelectuais e a maioria dos
economistas. São famosas as histórias de economistas que nunca assinaram uma
promissória. Acabativa é o ponto fraco desse grupo.
- Acabativos são aqueles
que gostam de implantar projetos. Sua atenção vai mais para o detalhe do que
para a teoria. Não se preocupam com o imenso tédio da repetição do dia-a-dia e
não desanimam com as inúmeras frustrações da implantação. Nesse grupo está a
maioria dos executivos, empresários, administradores e engenheiros.
Essa singela
classificação explica muitas das contradições do mundo moderno.
Empresários descobrem
rapidamente que ficar implantando suas próprias ideias é coisa de empreendedor
egoísta. Limita o crescimento. Existem mais pessoas com excelentes ideias do
que pessoas capazes de implantá-las. É por isso que empresários ficam ricos e
intelectuais, professores - entre os quais me incluo - morrem pobres.
Se Bill Gates tivesse se
restringido a implantar suas próprias ideias teria parado no Visual Basic. Ele
fez fortuna porque foi hábil em implantar as ideias dos outros - dizem as más
línguas que até copiou algumas.
Essa classificação
explica porque intelectual normalmente odeia empresário, e vice-versa. Há uma
enorme injustiça na medida em que os lucros fluem para quem implantou uma ideia,
e não para quem a teve. Uma ideia somente no papel é letra morta, inútil para a
sociedade como um todo.
Um dos problemas do
Brasil é justamente a eterna predominância, em cargos de ministérios, de
professores brilhantes e com iniciativa, mas com pouca ou nenhuma acabativa.
Para o Brasil começar a dar certo, precisamos procurar valorizar mais os
brasileiros com a capacidade de implantar nossas ideias.
Tendemos a encarar o
acabativo, o administrador, o executivo, o empresário como sendo parte do
problema, quando na realidade eles são parte da solução.
Iniciativo almeja ser
famoso, acabativo quer ser útil.
Mas a verdade é que a
maioria dos intelectuais e iniciativos não tem o estômago para devotar uma vida
inteira para fazer dia após dia, digamos bicicletas. O iniciativo vive mudando,
testando, procurando coisas novas, e acaba tendo uma vida muito mais rica,
mesmo que seja menos rentável.
Por isso, a esquerda
intelectual e a direita neoliberal conviverão as turras, quando deveriam
unir-se.
Se você tem iniciativa,
mas não tem acabativa, faça correndo um curso de administração ou tenha como
sócio um acabativo. Há um ditado chinês, "Quem sabe e não faz, no fundo,
não sabe" - muito apropriado para os dias de hoje.
Se você tem acabativa,
mas não tem iniciativa, faça um curso de criatividade, estude um pouco de teoria.
Empresário que se vangloria de nunca ter estudado não serve de modelo.
No fundo, a esquerda
precisa da acabativa da direita, e a direita precisa das iniciativas da
esquerda.
Finalmente, se você não
tem iniciativa nem tampouco acabativa, só se pode dizer uma coisa: meus
pêsames.
União com fé, desarmados, acreditando nas nossas ideias,
deixando de lado as diferenças de ideologias... Todos podem ser criativos e
acabativos... E, todos, seremos melhores.
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